
Para aí chegar, tem de franquear sete portas e em cada uma delas um guardião retira-lha uma peça de vestuário ou uma jóia, mas só no fim da viagem é que ela se sente despida. Muitos vêem nesse despojamento o símbolo da nudez das almas, que surgem transparentes diante dos deuses.
Os acádios retomam esse mito, no qual Inanna se chama de preferência Istar, e acrescentam inúmeras precisões:
Para a terra do não-retorno, o reino de Ereshkigal,
Istar, filha de Sin, dirigiu o seu pensamento,
Para a casa escura, a morada de Irkalla,
Para a estrada de que se não pode regressar,
Para a casa em que os habitantes estão privados de luz,
Em que o pó é seu destino e a argila o seu alimento,
Em que não vêem nenhuma luz e habitam na escuridão,
Em que se vestem como pássaros e têm asas como roupagens,
E em que a porta e a fechadura estão cobertas de pó.
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