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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O Paraíso Niilista

Que é o mundo? Uma ilusão vista e sentida.
Fernando Pessoa



Todas as manhãs nos são mais um Erro,
ventura inconsequente de uma estrada,
procurando responder a este Medo,
o que é Angústia? a captação do Nada.

Sou a Sombra na parede de um quarto mal-iluminado;
Ficção que, frente a todos, escreve elegias ao desprezo;
diferente camada da realidade sem escudos
a proteger os sentimentos que mereço:

a Tristeza em versos edificando o Incerto,
em cada estrofe com o Escárnio indiferente;
a Sombra, a Sentença, elogios sem altura,
a ilusão em aparência que já não mais dorme.

Neste caminho a nos levar ao Nunca,
partimos como o estouro da manada,
tentando procurar na mente funda
o porquê da questão mal-formulada:

quem é a Morte? A razão do que não somos,
lâmpada acesa em nosso Subterrâneo
que nesta escura escada de vãos sonhos
é desespero infértil em meu crânio.

Ofendemos para não sermos ofendidos
(no Niilismo dos meus sonhos
no desvairo em nossos Medos),
morremos para não sermos feridos.

O Pânico, a Infâmia, o Cepticismo, a Morte
(contradição poética, desejo que não tarda),
os sonhos sem Dor, as horas sendo o Abismo,
fim da existência que se aguarda.

Todas as Noites nos são um segredo,
quando esta Inquietude é algo sem Fim,
e fecha seus olhos a nós, sem apreço...
sem que diga um não, sem que diga um sim
 
Quando os poetas o Escuro retratam
toda a Ironia que, incertos, apontam,
vêem que a Tristeza e o Fim não acabam
onde o Vazio e o Nada se encontram
 

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