A psicoterapia existencial é igualmente aconselhável para situações de crises pessoais, como sejam, dilemas e contradições vivenciais, luto, separação, doenças, problemas profissionais, entre outras.
Se se sente angustiado com alguma situação traumática passada, tem pesadelos sobre isso, ou imagens vívidas que se intrometem na sua consciência, perturbações do sono e/ou do apetite, dores não explicadas medicamente;
Se tem crises agudas de ansiedade ou pânico, durante as quais treme ou sua excessivamente, sente dormência ou formigueiros nas mãos, braços, pés ou pernas, sente tonturas, ou outro tipo de sintomas físicos para os quais não se encontra uma explicação médica e que são, muitas vezes, acompanhados de um sentimento de terror;
Se existem acções que não se consegue impedir de executar, ritualistas e pouco racionais, que interferem com o seu bem-estar, ou pensamentos que não consegue controlar e que se intrometem na sua consciência, afligindo-o(a);
Se a preocupação é um estado permanente em si, que o(a) define e que o(a) angustia;
Se evita locais e actividades habituais, por medo ou desconforto;
Se tem um medo fóbico que interfere com o seu bem-estar;
Se a tristeza e a perda de prazer nas actividades da sua vida, o desespero e o pessimismo, começaram a fazer parte do seu dia-a-dia;
Se sente que não está a conseguir por em prática todo o seu potencial, por limitações emocionais ou por desconhecimento quanto à forma de mobilizar os seus recursos.
A psicoterapia é
uma actividade profissional, que apesar de ser uma prática comum em
muitos países há muitos anos, era até há bem pouco tempo desconhecida
da grande maioria dos portugueses. Não surpreende pois, que para muitos
dos clientes que procuram ajuda de um(a) psicoterapeuta, não seja muito
claro em que consiste uma psicoterapia, existindo
nomeadamente alguma confusão, causada pela comparação com a
consulta médica.
A psicoterapia
trata diversos problemas psicológicos, entre os quais a depressão, a
ansiedade e as dificuldades de relacionamento com as outras pessoas são
os mais comuns. É uma forma muito eficaz para a resolução de problemas
psicológicos, mesmo daqueles que já existem há muitos anos.
O tratamento
destes problemas é feito através de conversas semanais de 50 minutos com
um psicoterapeuta (geralmente um psicólogo). A psicoterapia pode ocorrer
em conjunto com um tratamento medicamentoso com ansiolíticos ou anti-depressivos.
A não ser que existam problemas ao nível físico, estes medicamentos não
curam os problemas, mas aliviam os sintomas. Nalguns casos, contudo, os
medicamentos podem ser mesmo necessários para melhorar o funcionamento
mental do cliente, de forma a possibilitar a psicoterapia.
Contrariamente ao
que muitas pessoas pensam,
este tratamento não se resume a um conjunto de conselhos. Esta forma de
ajuda também existe e chama-se aconselhamento psicológico.
A psicoterapia é
um processo de exploração do funcionamento psicológico do cliente com a
ajuda do terapeuta, levando a um maior auto-conhecimento em relação a
factores como a influência dos acontecimentos na história pessoal, a
personalidade e padrões de relacionamento interpessoal. Assim, este
processo propõe ao cliente uma oportunidade de aprender
a comportar-se, a sentir e a pensar diferentemente, de forma a
desenvolver uma maneira mais produtiva e feliz de estar na vida.
Um outro aspecto
em que a psicoterapia é diferente do tratamento médico é que o cliente
não se deve limitar a deixar-se tratar,
mas espera-se, outrossim, que
colabore activamente no processo. Muitas vezes é o cliente que traz o
tema da sessão, sabendo ele/ela melhor que ninguém o peso dos factores
que compõem a sua vida. Parte significativa do trabalho terapêutico é
feita entre as sessões, reflectindo sobre e testando aquilo que foi dito
na vida real. Para estimular esta actividade, o terapeuta muitas vezes
pode prescrever «trabalhos de casa». Para realçar este papel activo, a
pessoa que procura ajuda psicoterapêutica é chamada “cliente” e não
paciente.
Fazer
psicoterapia é um investimento
Fazer psicoterapia
exige um investimento grande em termos
de tempo, dinheiro e disponibilidade mental.
Fazer psicoterapia às vezes é doloroso, e o reconhecimento da
existência de problemas há muito negados pode fazer com que no início e
mesmo em fases posteriores nos sintamos temporariamente pior.
Apesar de ser
relativamente barato (uma consulta de 50 minutos custa geralmente menos
que uma consulta médica de 15 minutos), esta verba tem que ser paga todas
as semanas, ao contrário da consulta médica que, por norma, se paga
esporadicamente..
Não
há que ter ilusões: fazer psicoterapia implica pagar outra “renda”.
Contudo as mudanças podem influenciar positivamente quase todas as áreas
da sua vida, como a sua família, a sua profissão, a sua saúde e o seu
bem estar interior. São mudanças que terão a sua influência até ao
fim da sua vida, e é também neste sentido que referimos que a
psicoterapia é um investimento.
Dependendo do
problema, um tratamento leva entre alguns meses e alguns anos. Não
podemos esperar alterar uma maneira de estar na vida que existe há anos,
em pouco tempo!
No entanto, ao fim
de 3 meses, tem que ser claro para
o cliente que o tratamento está a ter efeitos positivos, senão deve
considerar a hipótese de mudar de terapeuta.
Outras
regras de funcionamento
Como foi explicado
anteriormente, a psicoterapia é essencialmente um processo em que as
conversas formam uma sequência em que temas relacionados são abordados
progressivamente. É por esta razão que os intervalos entre as sessões,
por sistema, não deverão ser superiores a uma semana; caso contrário,
perde-se o sentido deste processo e leva-se muito tempo da sessão a
retomar o tema.
Como as sessões são
marcadas de hora a hora, tendo uma duração fixa de 50 minutos, as sessões
começam e acabam mesmo a horas, de forma a não prejudicar os clientes
seguintes. Por essa razão um atraso significativo da parte do cliente não
pode ser compensado pelo terapeuta, nem que este o deseje.
Um aspecto algo
polémico das psicoterapias é o pagamento obrigatório das sessões que não
são desmarcadas com antecedência. Só razões de absoluta
força maior (p.e. acidente de carro) podem constituir uma excepção.
Algumas outras razões invocadas para justificar uma falta , como sejam
“o trânsito”, “ um esquecimento”, engano na hora/dia, trabalho da
última hora ou mesmo doença, não são aceitáveis (a não ser com aviso
de 24 horas!). Há duas razões para esta regra: a primeira é uma
responsabilização máxima do cliente em assegurar e proteger a sua hora
de terapia e a segunda é a protecção do terapeuta: o número de horas
que um terapeuta humanamente pode exercer é limitado, e as 24 horas
permitem a marcação de um outro cliente sem prejuízos para o terapeuta
e com benefícios para outra pessoa. Admite-se que
ocasionalmente isto pode levar a uma situação injusta para o
cliente que de facto não consegue mesmo avisar 24 horas antes, mas julga-se
que as vantagens se sobrepõem a esta desvantagem.
Muitas vezes,
depois de ter acabado uma psicoterapia, os clientes voltam durante períodos
curtos para resolver novas circunstâncias que surgiram. De alguma forma
uma psicoterapia nunca acaba, porque a procura de qualidade de vida nunca
acaba. Psicoterapia pode-se fazer em qualquer fase da vida. No entanto,
quanto mais cedo melhor, uma vez que se aproveita o investimento durante
mais tempo.
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