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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Morte, Personalidade e Alma

Durante o curso da existência, diferentes tipos de energia fluem pelo organismo humano. Cada tipo de energia tem o seu próprio sistema de acção; cada tipo de energia se manifesta no seu tempo. Aos quatro meses e meio da concepção, manifesta-se a força motriz e muscular. Isto está relacionado com o nascimento da função respiratória e pulmonar. Aos dez meses e meio, o crescimento, com todos seus maravilhosos metabolismos e os tecidos conjuntivos. Entre os dois e os três anos do menino, fecha-se a moleira frontal dos recém-nascidos, ficando, de facto, o sistema cérebro-espinhal perfeitamente formado.
Durante os sete primeiros anos, forma-se a personalidade humana.
Aos quatorze anos, aparece a energia pessoal, fluindo avassaladoramente pelo sistema neuro-simpático.
Aos trinta e cinco anos, aparece o sexo na sua forma transcendental de emoção criadora. É quando se chega a esta idade que podemos fabricar isso a que se chama Alma. O homem normal não tem Alma, melhor dizendo, ainda não é homem nem tem Alma.
O animal intelectual, falsamente chamado homem normal, é uma máquina controlada pela legião do "eu"; este é pluralizado. "Devo ler um livro", diz a função intelectual; "vou a um jogo de futebol", diz a função motriz; "tenho fome, não irei a nenhuma parte", declara a digestão; "prefiro ir onde esteja uma mulher", declara o "eu" passional, etc., etc. Todos estes "eus" guerreiam entre si. O "eu" que hoje jura fidelidade à Gnosis é deslocado por outro que odeia à Gnosis. O "eu" que hoje adora uma mulher é deslocado depois por outro que a aborrece. Só fabricando Alma estabelecemos um princípio permanente de Consciência dentro de nós mesmos. Aquele que tem Alma vive consciente depois da morte. A Alma pode ser criada com a acumulação de energias mais subtis que o organismo produz. A sua cristalização dá-se através de supremos esforços para fazer-se auto consciente em forma total e definitiva. Desgraçadamente, o animal intelectual chamado homem, gasta torpemente estas energias em apetências, temores, ira, ódio, inveja, paixões, ciúmes etc., etc.
É urgente criar a vontade consciente; é indispensável submeter todos os nossos pensamentos e actos ao Julgamento Interno. Só assim podemos criar isso que se chama Alma. Precisamos de nos auto conhecermos profundamente para criar a Alma.

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