Pensa-se que os dezassete versos do Dies Irae - cujo título é retirado das palavras iniciais de um cântico da Missa dos Defuntos da Igreja ocidental - derivam de uma oração beneditina do final do século XII, estando repleto de imagens do Juizo Final. A esta sequência, representando a alma que espera o seu julgamento, um fransciscano do século XIII, talvez Tomáz de Celano, acrescentou um sentido de urgência que reflecte o ambiente escatológico da sua época. Até 1969 a seu uso era obrigatório nas missas do Dia de Finados, no dia do falecimento ou enterro da pessoa a quem a missa era encomendada, e no aniversário da sua morte. Actualmente já não é obrigatório nas missas dos defuntos perdendo-se ao longo do tempo mais uma tradição.
Só o latim consegue transmitir a energia concentrada do cântico:
1.
Dies irae dies illa
Solvet saeclum in favilla
Teste davida cum sibylla.
(Dia da ira esse em que as gerações da humaidade serão reduzidas a cinzas como testemunharam o rei David e os videntes)
2.
Quantus tremor est futurus
Quando iudex est venturus
Cuncta stricte discussurus!
(Quão grande é o terror que se antecipa, quando o juiz vier dar o veredicto a todos)
3.
Mors stupebit et natura
Cum resurget creatura
Judicanti responsura.
(A vida e a morte ficarão atordoadas quando a criatura se levantar para responder ao juiz)
A versão completa pode ser encontrada no English Hymnal, Nº 351, Os números 350-3560 são designados como adequados aos defuntos, mas na práctica há muitas possibilidades, de acordo com as peferências das pessoas.
A sequência Dies Irae é precedida pelo gradual:
Requiem aeternam dona eis, Domine: et lux perpetua luceat eis.
In memoria aeterna erit justus: ab auditione mala non timebit.
(Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso e que lhes resplandeça a luz prpétua. O homem justo será lembrado para sempre: não temerá más noticias)
O hino «Abide with me» - «Mantém-te comigo» - (o nº 363 do English Hymnal), H.F Lyte (1793-1847), tem-se mantido popular ao longo do tempo:
Abide with me; falls the eventide:
The darkness deepens; Lord with me abide!
When other helpers fail, and comforts flee
Help of the helpless, O abide with me.
Swift to its close ebbs out life`s little day;
Earth`s joys grow dim, its glories pass away;
Change and decay in all around I see;
O thou who changest not, abide with me.
(Mantém-te comigo; depressa cai o crespúsculo;
as trevas torna-se mais frofundas; Senhor mantém-te comigo;
Onde outros ajudantes fracassaram e os confortos se escapam
Ajuda dos desamparados, Ó, mantém-te comigo
Veloz o breve dia da vida chega ao fim;
A alegria da Terra esmorece, as suas glórias desaparecem;
Mudança e decadência vejo em tudo o que me rodeia;
Tu, que não mudas, mantém-te comigo)
terça-feira, 17 de março de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário